A 1ª vez é sempre inesquecível!
Ao 26º jogo no Estádio da Luz, o Portimonense conseguiu derrotar o Benfica, depois de um saldo de 21 derrotas e 4 empates!
Com um desempenho bem diferente das últimas temporadas, o Portimonense defrontava o líder Benfica com mais pontos conquistados que nas últimas duas épocas, onde andou sempre junto dos últimos lugares, e com um registo de invencibilidade fora de portas (2 vitórias e 1 empate) e a melhor defesa da Liga, com apenas 4 golos sofridos em 7 jogos disputados, juntamente com Sporting e Benfica. Os encarnados tinham vitórias em todos os jogos disputados no campeonato (7 vitórias) e estavam invencíveis na presente temporada (13 jogos, com 11 vitórias e 3 empates).
Jorge Jesus tinha avisado que o Portimonense ia defender melhor do que o Barcelona, que tinha sido goleado na Luz na passada 4ª feira em jogo da Champions por 3-0, e a verdade é que a 1ª parte deu-lhe razão. A equipa de Paulo Sérgio, que reforçou o meio-campo e apostou numa linha de três defesas (que era de cinco em vários momentos), aguentou a pressão inicial do Benfica e manteve as águias longe da sua baliza com várias faltas cirúrgicas, que não permitiam aos encarnados acelerar o jogo, e muita organização. De tal forma que foi necessário esperar 22 minutos para o primeiro remate do jogo. Foi a primeira vez que o Benfica conseguiu furar a defesa algarvia, em contragolpe, mas aí surgiu outro problema para os encarnados: Samuel Portugal. O guardião do Portimonense negou o golo a Yaremchuk na primeira de várias intervenções de grande nível. Depois do avançado ucraniano mostrar o caminho da baliza, o jogo mudou, com as águias a subir de nível e criar vários lances de golo, mas também Grimaldo, por duas vezes, e Rafa viram excelentes oportunidades travadas pelo brasileiro.
A tática de Paulo Sérgio condicionou o processo de construção do Benfica, limitando os pensadores do seu jogo, Weigl, João Mário e Rafa. A partir dos 25 minutos de jogo, Jorge Jesus corrigiu e começou a avalanche ofensiva do Benfica. 24 remates e uma pressão constante, que esbarrou na maioria das vezes na inspiração de um super Samuel. E quando não chegou Samuel, foi uma equipa compacta, concentrada e solidária que foi apagando os incêndios que iam surgindo. Fali Candé em cima da linha de golo foi um dos lances mais flagrantes.
Como o vencedor do jogo não se define pelo número de oportunidades criadas, mas pelo golos marcados, seria o Portimonense, numa das 3 oportunidades que desenhou a marcar o único golo da partida. No seguimento de um canto, aos 66 minutos, Lucas Possignolo subiu mais alto que todos ao 1º poste e meteu o Portimonense em vantagem. O resultado não mais se alteraria até final do jogo, sendo o Benfica castigado com a velha máxima do quem não marca, sofre…
A 1ª vitória de sempre do Portimonense no Estádio da Luz diante do Benfica mereceu de Paulo Sérgio o seguinte comentário, que fez o resumo correcto do que se passou. “O Benfica não merecia perder, mas a vitória fica bem aos meus jogadores”, afirmou. “Não se pontua na Luz, diante deste Benfica, sem uma pontinha de sorte, mas a nossa organização defensiva foi muito boa. A equipa trabalhou muito”, disse.
Assim se escreveu uma bonita página da história do “nosso” Portimonense…