Ricardo Ferreira, o “capitão” sem braçadeira!
Na sociedade actual, é cada vez mais difícil transmitir valores e boas normas de conduta aos nossos filhos, muitas vezes devido à toxicidade da informação que nos invade pelos meios de comunicação.
O futebol não passa ao lado desta problemática e a passagem dos clubes a SAD’s quebrou alguns dos fortes laços que ligavam jogadores e adeptos a esses mesmos clubes. Devido ao facto dos próprios jogadores procurarem melhores condições e aos clubes dispensarem esses mesmos jogadores, vão-se perdendo referências e criando um sentimento de perda de identidade.
Ao falar do ciclo actual do “nosso” Portimonense, tem-se obrigatoriamente de falar de alguns jogadores que têm feito quase todo este percurso desde a conquista da 2ª Liga ao clube de 1ª Divisão em que se tornou o Portimonense.
Fabrício Messias (a cumprir a sua 9ª época, duas incompletas), Lucas Possignolo (8ª época), Ewerton (perto de 7 épocas) e Pedro Sá (6ª época) são referências do Portimonense, mas o seu expoente máximo é o guarda-redes Ricardo Ferreira, que cumpre a sua 9ª época completa. Além de ser o mais antigo no balneário, é figura querida por todos os portimonenses, não necessitando de braçadeira para ser o capitão do barco! Uma referência dentro e fora de campo. Tem um percurso de sonho com a camisola alvinegra. Campeão da 2ª Liga na época 2016/17, sendo considerado o melhor guarda-redes do campeonato, e foi também um dos melhores na época seguinte na liga principal.
Titular indiscutível ao longo de toda a sua carreira no Portimonense, perdeu a titularidade nas duas últimas temporadas em detrimento de Samuel, no entanto não perdeu o seu estatuto. No final da época passada, quando o Portimonense precisava de um empate na última ronda para se manter diante da forte equipa do Sp. Braga, Samuel vacilou com alguns erros e foi Ricardo a dar o “corpo às balas” e a segurar a manutenção! O treinador Paulo Sérgio no final da época rendeu a sua homenagem a Ricardo (e também a Pedro Sá), afirmando que não foram utilizados com a frequência que desejavam mas foram absolutamente decisivos no balneário.
Esta temporada, Ricardo tem-se debatido com uma arreliadora lesão e só foi utilizado em um jogo da Taça da Liga (vitória 2-1 diante da Académica), no entanto continua a ser uma referência para colegas e adeptos. É o cimento que liga este grupo, um dos pilares onde está sustentada esta equipa. Paulo Sérgio sabe que quando precisar de Ricardo ele lá estará a dar tudo pelo grupo, em defesa do “nosso” emblema!